Deus
Deus não é simples. Deus é Amor.
Sobre 1 Coríntios 13, Eclesiastes 3 e 12, Salmos 139, Jó 38, João 17 e 1 João 2.
Eu sempre vou refutar categoricamente todas as pessoas que tentarem argumentar que Deus, em seu Ser, É simples, e que nossa razão é culpada por torná-Lo complicado. Tentar simplificar Deus pra fugir das armadilhas da racionalidade é uma estratégia furada. Depois de quase 2,000 anos de Cristianismo – 500 só da Reforma, um sem-número de livros, doutrinas, interpretações e denominações, é impossível dizer que Deus é simples.
O conflito está na incapacidade da nossa razão, tão limitada, de apreender as coisas desde o começo até o fim – uma antítese da Eternidade que foi colocada por Ele no nosso coração. Milhares de anos não deram conta do Ser, que se perde em milhares de perguntas, e Deus não responde à todas elas. Tudo Ele fez apropriado em seu tempo, em Seu Tempo, e tal conhecimento vai além daquilo que podemos conhecer. Estaremos sempre um passo atrás. Ou muitos, muitos. “Nada faz sentido!”, porque é grande demais para que caiba na nossa cabecinha.
Há muito que se refletir sobre a nossa pequenês quando nos colocamos como um sujeito em busca do conhecimento de Deus, seja na Palavra, ou nas coisas Criadas. Conhecê-Lo é impossível enquanto houver trevas em nosso meio, porque as trevas não compreendem a luz. Será que ainda falta muito, para que conheçamos como somos conhecidos? Não sei. Eu sou só humana. Eu não estava lá quando Ele lançou os fundamentos da terra, delimitou os mares, firmou as estrelas, ensaiou as estações. Não andei com Ele pelos mais profundos abismos, não conheci todos os cantos dos céus, não dou ordens às chuvas, não sou capaz de discernir os milhares de anos de história que convergiram pra formar quem eu e você somos.
Por isso, muitos fogem, rejeitam, abusam ou fetichizam um conceito de Deus – é um caminho mais fácil que assumir a derrota da nossa razão. Todo o Seu conhecimento é maravilhoso demais e está totalmente além do meu alcance. Ele é elevado demais para que eu O possa conhecer. Mas Ele abriu uma porta. O Deus, criador dos céus e da terra, compartilhou com a humanidade o Seu coração, e nos revelou um segredo maravilhoso – Ele É Amor. E isso, hoje, me importa mais.
Sim, Ele É Amor nos importa mais. Porque um Deus Grande, Glorioso, Altíssimo, Todo-Poderoso, Eterno, e Santo, É a evidência suprema do quão distantes dEle nós estamos. E estaríamos, pra sempre, se Ele também não fosse Amor. O Amor dobra nossos joelhos, quebranta nosso coração, destrói o nosso orgulho, e convence um Deus Soberano a esvaziar-se de Si mesmo, e tornar-se homem, de carne e osso, como nós. Ele desafiou nossas motivações, nossa justiça, nossa ética, nossas ações, e se entregou, em nosso lugar, bebendo do cálice que era nosso, para abrir uma porta que nos permitiria estar com Ele para sempre, conhecendo-O, e experimentando a satisfação sem fim da Sua Glória.
Um Deus Criador Grande e Glorioso seria apenas um objeto de terror e um fato lamentável à uma humanidade caída, incapaz de escolher o bem, em vez do mal, e a vida, em vez da morte. Mas, ainda que nós sejamos tão pequenos, Ele nos ama. Uma vez, um amigo viu Deus e Sua Criação como um Pai se deleitando nos rabiscos indecifráveis do filho pequeno – “um dia, meu filho, você se conhecerá, como Eu já te conheço”. Mas, exatamente como o Pai e o filho pequeno, enquanto não crescemos, nos conectamos pela Aliança Eterna do Amor. Se amar como Ele amou, e andar como Ele andou, é estar nEle, eu fico aqui até o fim dos meus dias. Um dia, eu verei face a face, e não mais por espelho; mas, até lá, enquanto minha mente caída apenas consegue imaginar a Sua Glória, eu me contento em saber que Ele é Amor – e isso, basta.
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O Caráter do Arquiteto do Universo
31 Devocionais #17 – Não se acomode!
Texto base: Apocalipse 3:14-17
Uma das buscas mais naturais do ser humano é por comodidade. Escolhemos naturalmente as coisas que nos trazem menor desafio, menos esforço, menor custo. A famosa “zona de conforto” traduz justamente esse ponto que alcançamos na vida em que a situação atingiu um equilíbrio que nos libera da responsabilidade do trabalho duro que fizemos para chegar até ali.
Se você é cristão, lamento ser quem te informa que não existe zona de conforto. Não existe momento algum em que você terá recebido o suficiente do Senhor. Se você está satisfeito com o que já recebeu até agora de Jesus (satisfeito como quem não acha que precise de mais), lembre-se do que disse o Pai na carta à igreja de Laodicéia (Ap 3:15-17) –
“Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, nem frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca. Você diz: Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada. Não reconhece, porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego e que está nu.”
Você pode ter recebido muito da presença de Deus, e pode ter mais que muitas pessoas, mas ainda é pouco perto do que o Senhor tem pra sua vida. A grandeza do nosso Pai é incomensurável, e é do interesse dEle nos encher continuamente, para que possamos nos tornar cada vez mais parecidos com Ele, e para que possamos ser um canal de bênçãos que possa impactar a vida de outros que ainda estão perdidos pelo caminho.
E isso vai além do que podemos fazer em nosso curto tempo de vida. Em Filipenses 1:6, Paulo diz que a boa obra iniciada em nossa vida só será completada no dia de Jesus Cristo – vai além do dia da sua morte, a boa obra na sua vida também engloba seu legado, sua arca continua a se encher ainda que você já tenha partido.
Não se acomode na sua busca com Deus. Não se esqueça do que Ele já fez por você, mas não perca dimensão do que Ele ainda pode fazer. Não se acomode na sua vida mundana, nos seus sonhos mudanos, mas tenha a ousadia de se entregar mais todos os dias diante do Senhor, porque Ele promete Se achegar àqueles que se achegam à Ele.
31 Devocionais #15 – Multiplicação
Deus é um Deus de impossíveis, de milagres! E Ele nos mostra, ao longo da história, que um de Seus milagres favoritos é o da multiplicação. Ele não apenas multiplicou os pães (2 vezes!), mas têm multiplicado tudo ao nosso redor desde muito tempo.
O Senhor multiplica as coisas em quantidade – como Ele prometeu à Abraão que faria com sua descendência (Gn 15:5). Ele multiplica nosso conhecimento, nossas armas, multiplica nosso pão, nossas bênçãos, multiplica nossa fé, e toda Glória é dEle! Jesus multiplicou a pesca de Pedro, Tiago e João, multiplicou o azeite e a farinha da viúva que alimentou Eliseu. Multiplicou a igreja a partir dos Seus 12 discípulos. Na história de Gideão (Jz 6 e 7), porém, o Senhor deixa claro que, mais do que quantidades, Ele é interessado em multiplicar em qualidade.
Quando os midianitas se levantaram contra Israel, Gideão encontrou 32 mil homens que lutariam contra os 135 mil do exército inimigo. Interessava ao Senhor libertar Israel da opressão dos midianitas; porém, interessava à Ele que os israelitas soubessem que seu Deus era com eles e que Ele os havia livrado da derrota, então Ele reduziu os 32 mil homens à 300. O Senhor reduziu o exército ao grupo de homens mais corajosos, para que tivesse o melhor do grupo em Suas mãos, e total liberdade para operar um grande milagre de multiplicação de possibilidades naquela batalha.
O Senhor promete que multiplicará o pão, mas nem sempre promete que multiplicará os nossos exércitos. Na Cruz, nós temos uma eterna promessa de vitória. Se parece que suas forças e seus homens têm se minguado, saiba que Ele não é homem para que minta – se Ele não multiplicar seus números, Ele multiplica suas chances de entrar em chamas com o menor resquício de fagulha que restar.
31 Devocionais #13 – "Eu me coloco em chamas"
Para além dos personagens bíblicos, a história está cheia de homens de grande fé e intimidade que muito nos ensinam sobre o caráter de Cristo, que todos tanto almejamos. Hoje, eu me volto para a vida de John Wesley. Criado em uma família Anglicana, evangelizado desde muito jovem, a busca pelo Senhor foi o centro de todos os 87 anos de sua vida. Aos 35 anos, depois de anos de dedicação, ele finalmente recebe o Amor e seu entendimento se abre para a maior verdade de todas – Jesus salva, cura e liberta.
Seu legado envolve milhares de sermões pregados, centenas de livros escritos, compilados, traduzidos, editados. Milhares de quilômetros percorridos a cavalo. 30 mil libras doadas à caridade. Um ministério de Amor, Fogo e Misericórdia. Métodos de Ensino, Doutrinas, e uma igreja que hoje some mais de 75 milhões de membros. Contam que deixou como patrimônio duas colheres, uma chaleira e um casaco velho. Acumulou tesouros no Reino que não é desta Terra.
A história que Deus escreveu para John Wesley não é a mesma que a minha ou que a sua, mas a essência de sua vida deve ser a mesma. Nascidos para viver pelo Reino que há de vir. Chamados para fora de templos e das prisões da alma. Servos do Senhor, e não das coisas. Em seu leito de morte, prestes a ser tomado pelo Pai, declara “O melhor de tudo é que Deus está conosco!”. E que isto nos baste.
31 Devocionais #11 – Eu falhei
Eu falhei.
31 Devocionais #10 – Façam tudo para a Glória de Deus
31 Devocionais #4 – Ser exatamente aquilo que a gente é
Por outro lado, eu sempre me senti pronta a opinar na vida dos outros, assim como outros também muito inseguros se sentiam confortáveis pra responder meus inquéritos quando eu precisava de uma opinião (deixando claro que não acho que pedir opiniões seja errado ou ruim – a vida é feita de muitos pontos de vista diferentes e quase todos merecem ter sua voz). O problema foi que eu, e outros – muitos outros – nos prendemos em uma cadeia de dependência da opinião e validação que o mundo pode nos oferecer.
31 Devocionais #3 – Uma questão de prioridades
Esse hoje (ou ontem) era feriado e prometia ser um dia tranquilo o bastante pra que eu tivesse tempo desde cedo pra gastar exclusivamente com o Senhor. Como de costume, eu estava enganada, e o sono já estava alisando meus cabelos antes mesmo que eu estacionasse na garagem da minha casa, minutos antes da meia-noite. Longe de mim ir contra os sinais de cansaço que o corpo demonstra – até porque o próprio Deus descansou no sétimo dia da Criação – , mas a verdade nua e crua é que eu arranjei tempo útil ao longo do meu dia pra todas as outras coisas que eu precisava (ou nem tanto) fazer, e joguei meu tempo com o Pai pra segundo plano. Seria muito confortável só chegar, lamentar a correria e prometer mais no dia seguinte. Mas não é esse o valor que eu quero dar pras coisas de Deus.
Paulo diz, na primeira carta aos Coríntios, que devemos correr de tal forma que não somente completemos a jornada, mas ganhemos o prêmio (1Co 9:24). Isso não fala de competitividade, mas de disciplina, compromisso e prioridade (1Co 9:25). Minha falta de disciplina me fez hoje chegar ao fim de um dia sem ter feito primeiro o mais importante, mas meu compromisso precisa ser maior que o meu cansaço. Não pra que eu me vanglorie em qualquer coisa – até porque a culpa de eu estar aqui agora é minha, né? – mas pra que o Senhor possa reconhecer em mim um coração disposto a colocá-Lo em primeiro lugar em tudo, independente do preço a ser pago por isso.
“Mas subjugo o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado.” 1 Coríntios 9:27