31 Devocionais #20 – Ainda sobre a Cruz

     Ah, a Cruz, grande símbolo da nossa fé em Jesus. O ato que é o princípio, meio e fim da carreira que buscamos concluir. O Peso e a Leveza do maior ato de Amor da história.
    
     Durante a Guerra Fria, o governo comunista da Alemanha Oriental ergueu uma grande torre de televisão em Berlim, para mostrar o poder e a grandeza da revolução sobre o capitalismo. A estrutura, de 365 metros de altura, foi desenhada para lembrar um foguete na base e no topo uma esfera similar ao satélite Sputnik 1, lançado no espaço pela União Soviética em 1957.
    
     Os regimes socialistas/comunistas possuem ideologias fortemente contrárias à religião, principalmente devido às muitas formas como foram usadas como instrumento de controle das massas contra o sentimento revolucionário. A torre foi inaugurada em 1969, logo após uma sanção do governo do Leste ordenar que as igrejas em seu território retirassem as cruzes erguidas sobre seus telhados. Para a surpresa de todos, quando os raios de luz solar iluminaram pela primeira vez a esfera no topo da torre, a difusão da luz sobre os painéis metálicos fez com que o reflexo lembrasse claramente uma Cruz. 
    
A situação real da torre sob a luz do Sol.

     O episódio ficou conhecido como “A Vingança do Papa” e, apesar das várias tentativas de apagar o erro, o estrago já estava feito. Entre mortos e feridos, salvaram-se todos, e a tal continua lá, até mais alta que antes (368 metros agora) e com uma Cruz permanecendo brilhando todos os dias sobre Berlim. Não dá nem pra dizer que Jesus não é um cara bem-humorado.

31 Devocionais #19 – Precisamos pensar mais na Cruz

     Texto publicado ontem no meu Instagram. Fez sentido hoje o dia todo. 
     
     Jesus disse que toda a Lei e os profetas dependiam de dois mandamentos – amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos. Um pouco antes de morrer, no entanto, Ele mexe um pouco nas regras do jogo, e aumenta o nível – o novo mandamento era que nos amássemos como Ele nos amou. 
     
     A recomendação de não andar ansioso por coisa alguma cai bem quando tentamos contemplar a grandeza de quem Deus É. Seu Tempo, Seu Poder, Seu Domínio, Seu Trono, Sua Graça, Sua Misericórdia, Seu Amor, Sua Vontade. Quantas coisas permitiu Deus que o homem fizesse, e como nenhuma delas consegue expressar com exatidão a altura e a profundidade do Senhor.
    
     Acho que é por isso que as pessoas enlouquecem. O peso da Eternidade foi escrito em nós, mas este corpo é muito limitado pra contê-lo e entendê-lo. Sem um abraço de Amor do Pai pra dar liga à mistura de pensamentos e sentimentos que povoam a mente de um filho qualquer, o sentido da Vida se esvazia. 
     
     Podemos imaginar que seja essa a razão pela qual Ele escolheu a Cruz como símbolo da nossa fé e do Amor dEle por nós. A estrutura mais simples e óbvia que duas peças podem formar. Tudo é simples no Senhor, no lugar em que Ele nos esconde, nos protege, nos consola. Lança fora todo o medo. Amamos como Ele nos amou porque não existem motivos ou questionamentos, apenas o amar em obediência. 
     
     Todas as minhas ansiedades e preocupações se esvaziam na Cruz, porque o fundamento da fé é simples demais pra que eu deixe minha mente complicar. Tudo que existe em Deus depende do Amor, porque, sem Amor, nada que existe em Deus faz sentido.
    

31 Devocionais #18 – Pra onde eu irei? (sobre o primeiro Amor)

    
     Um dos grandes desafios na vida cristã é a constante volta ao primeiro Amor, aquilo de que o Senhor fala na carta à igreja de Éfeso, em Apocalipse 2. Primeiro Amor fala daquele momento em que você acabou de se apaixonar, e toda a sua vida gira em torno de quem você ama – seu primeiro e último pensamento, o objeto dos seus sonhos, planos, conversas. 
     Muitas pessoas lutam para permanecer no primeiro Amor porque a vida cristã comprometida vem com responsabilidades – discípulos, ministério, eventos, horário, despesas. Com o tempo, essas responsabilidades se tornam o centro da vida, e ocupam o lugar de Jesus – a Pessoa pela qual tudo isso, em teoria, deveria estar sendo feito.
     
     Existem várias maneiras de manter o fogo do primeiro Amor sempre aceso no coração. Algumas pessoas mantém uma disciplina espiritual rígida, e eu acredito muito na importância de garantir que Jesus seja parte real, natural e dominante da nossa rotina. Mas minha estratégia favorita é manter um espírito de constante contemplação diante do Senhor.
     Contemplação fala quase de uma posição de terceira pessoa na história, vivendo e ao mesmo tempo observando tudo que você tem vivido. Uma pessoa capaz de não perder essa visão de “pássaro”, enxergando o conjunto, não consegue desviar seu coração do Real Operador dos milagres e da salvação. Muito tempo depois de você ter sido regastado pela primeira vez, seus olhos e coração precisam continuar exatamente onde e como estavam naquele primeiro dia, pra que você, olhando pra tudo que ocorrer na sua vida, não se esqueça de onde você veio. 
     Assim, seu coração nunca vai se esquecer de que, onde quer que você vá, sua vida anda em círculos em torno de Jesus. Não há mais para onde ir, pois só Ele tem as Palavras de Vida Eterna.
    

31 Devocionais #16 – A Suficiência

    
     Assim como vários outros jovens nascidos e criados na igreja, eu demorei muito tempo pra tomar uma posição definitiva com Deus. Eu cresci convivendo com uma luta constante no meu coração entre o desejo de estar aos pés do Senhor e a curiosidade pelas coisas seculares, que sempre pareceram tão mais atraentes e interessantes. 
    
     Por muitos anos, eu imaginei como seria caminhar com Jesus, e ser ensinada diretamente por Ele, em carne e osso, como aqueles em seu tempo, especialmente seus discípulos e amigos mais chegados, puderam fazer. Por muitos anos, eu achei que isso faria diferença no meu caminhar com Ele. A Verdade é que Jesus vive em mim – e tem vivido, ou pelo menos estado muito próximo, desde meus 6 anos, quando eu conscientemente o convidei para ser meu Senhor e Salvador, num acampamento de crianças. Ele vive em mim, caminha comigo, fala ao meu coração, e tem demonstrado seu Amor o tempo todo – mesmo enquanto eu tentava inutilmente fugir dEle e me esconder dos Seus olhos. A diferença entre eu aos 18 e aos 21 é a revelação de que Ele é suficiente. 
    
     Em João 14:8, Filipe, um dos discípulos, pede que Jesus lhes mostre o Pai. Àquela altura, já se aproximava o momento em que Ele seria entregue para ser crucificado – ou seja, seus 3 anos de ministério já se encerravam. E, ainda assim, os discípulos não conseguiam entender o que Ele havia dito um pouco antes, em João 14:6 – Ele É o Único Caminho para o Pai. Através de Jesus, chegamos ao Pai, recebemos o Espírito Santo, e somos feitos filhos de Deus e herdeiros com Ele do Reino vindouro. Não são necessárias riquezas, diplomas, seguidores no Twitter, likes no Instagram, nem os montes de livros que li buscando algo que trouxesse satisfação. 
    
     Em nenhum outro nome há Salvação, Amor, refrigério, ou Paz, além do nome de Jesus. Se te parece difícil hoje tomar uma posição diante do Senhor, entenda que nada do que você abra mão te será como um sacrifício quando você abrir seu coração verdadeiramente para que Ele te preencha profundamente. Não há nenhum vão profundo demais que Ele não possa fazer transbordar. Jesus nos leva ao nosso Pai, nosso Verdadeiro Pai; Jesus nos leva de volta pra casa. E, afinal, Filipe estava certo: isso nos basta.

    

31 Devocionais #15 – Multiplicação

    
     Deus é um Deus de impossíveis, de milagres! E Ele nos mostra, ao longo da história, que um de Seus milagres favoritos é o da multiplicação. Ele não apenas multiplicou os pães (2 vezes!), mas têm multiplicado tudo ao nosso redor desde muito tempo.
    
     O Senhor multiplica as coisas em quantidade – como Ele prometeu à Abraão que faria com sua descendência (Gn 15:5). Ele multiplica nosso conhecimento, nossas armas, multiplica nosso pão, nossas bênçãos, multiplica nossa fé, e toda Glória é dEle! Jesus multiplicou a pesca de Pedro, Tiago e João, multiplicou o azeite e a farinha da viúva que alimentou Eliseu. Multiplicou a igreja a partir dos Seus 12 discípulos. Na história de Gideão (Jz 6 e 7), porém, o Senhor deixa claro que, mais do que quantidades, Ele é interessado em multiplicar em qualidade.
    
     Quando os midianitas se levantaram contra Israel, Gideão encontrou 32 mil homens que lutariam contra os 135 mil do exército inimigo. Interessava ao Senhor libertar Israel da opressão dos midianitas; porém, interessava à Ele que os israelitas soubessem que seu Deus era com eles e que Ele os havia livrado da derrota, então Ele reduziu os 32 mil homens à 300. O Senhor reduziu o exército ao grupo de homens mais corajosos, para que tivesse o melhor do grupo em Suas mãos, e total liberdade para operar um grande milagre de multiplicação de possibilidades naquela batalha.
    
     O Senhor promete que multiplicará o pão, mas nem sempre promete que multiplicará os nossos exércitos. Na Cruz, nós temos uma eterna promessa de vitória. Se parece que suas forças e seus homens têm se minguado, saiba que Ele não é homem para que minta – se Ele não multiplicar seus números, Ele multiplica suas chances de entrar em chamas com o menor resquício de fagulha que restar.
    

31 Devocionais #11 – Eu falhei

    
     Eu falhei.
     
     Este é o texto nº 11 desta série de devocionais, mas, postado neste dia, deveria ser o nº 12. Isto porque, ontem, minha desorganização e o cansaço me venceram e eu definitivamente não consegui cumprir com meu propósito. Perdi um dia, e nem consegui me levantar de madrugada pra tentar fazer a todo custo. Falhei.
     
     Parece pouca coisa pra quem vê de fora – ainda que possamos falar de qualquer coisa ligada à compromisso, seriedade, desafiar-se, etc. Acontece que o mais importante não é o compromisso que eu tenho comigo mesma – por mais bobo que isso pareça, estes textos são um propósito feito e selado diante do Senhor. Em Mateus 5:37, nos ensinamentos do Sermão da Montanha, Jesus diz que a Palavra de um cristão deve ser fiel em si mesma – nosso “sim” deve ser “sim”, e nosso “não” deve ser “não”. Isso demonstra não apenas um compromisso com a verdade e a honestidade, mas o peso e a importância de tudo aquilo que dizemos, tanto diante dos homens, ainda mais diante de Deus.
     
     Estes textos são um propósito de louvor e dedicação a Deus, mas, como discutido nos dias anteriores, tudo que nós fazemos deve ter um propósito de louvor e dedicação a Deus. Até as menores coisas. Mas, apesar do peso que a falha traga sobre meu coração, a Bíblia nos conta que nós temos Graça ao nosso alcance, e um Sumo-Sacerdote que não só é capaz de compadecer-Se das nossas dificuldades, mas que nos mostra com Seu exemplo que é possível ser plenamente Fiel. Ontem, eu falhei, mas hoje eu me levanto e continuo.
     
     “Como posso retribuir ao Senhor toda a sua bondade para comigo? Erguerei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor. Cumprirei para com o Senhor os meus votos, na presença de todo o seu povo.” Salmos 116:12-14