Mas você gosta mesmo de BTS?

     “Mas você gosta mesmo de BTS?”

     Entre as muitas pessoas que me fizeram essa pergunta nos últimos tempos, minha preferida foi eu mesma, no diálogo imaginário que criei com meu eu aos 15. Foi nessa idade que eu fiz uma promessa solene de que nunca me renderia à “moda” do kpop, desde que Super Junior roubou metade dos fandoms dos quais eu fazia parte na época – da banda alemã Tokio Hotel, a paixão da minha juventude, e da fatídica banda brasileira de happy pop punk, Restart. Isso foi há quase dez anos.

     A segunda melhor reação que recebi ao BTS foi dos meus pais, que perguntaram se eu havia decidido voltar àqueles meus 15 anos, de calça colorida, Pe Lanza e Bill Kaulitz. Restart foi a última banda socialmente estigmatizada da qual eu gostei, antes que outros interesses e novas percepções ocupassem minha mente. Aos 16, eu consumia Glee diariamente, e comecei a me interessar por filosofia, política, o que me levou a consumir livros diferentes do que eu costumava ler até então. Terminei o Ensino Médio e comecei a faculdade de Arquitetura, e me reconectei com as histórias em quadrinhos. Com os anos, aprofundei minhas raízes e fundamentos cristãos, fortaleci minha teologia, conheci a história do punk rock e morei na Inglaterra, cercada de bandas indies e amigos que haviam sido emos.

     Não é difícil entender porque minha família, num primeiro momento, achou que gostar de uma boyband coreana era uma regressão, já que qualquer coisa que envolva garotos bonitos e fãs escandalosas não recebe muito crédito social. Eu provavelmente não teria me interessado por BTS se não tivesse passado por um período complicado e musicalmente intenso entre 2017 e 2018, acompanhado por doses cavalares de Foster the People, Twenty One Pilots, Joy Division, George Ezra, SWMRS e My Chemical Romance. Trabalhar no meu TCC foi um processo solitário, temperado por muitas horas de música, que me fizeram refletir sobre o quanto eu havia sido construída pelas coisas que havia escutado, muito mais do que eu já havia concluído até então. Eu reconhecia, nas minhas crises e respostas emocionais, traços que haviam sido retirados diretamente de canções que eu escutava há 10, 12 anos, que ficaram gravadas em mim, mesmo depois que joguei meus CDs fora. Apesar das coisas preciosas que descobri, algumas foram surpresas negativas, que eu tenho tentado arrancar do meu subconsciente, e que me fizeram questionar quais são as coisas que não só eu, mas os adolescentes desta época, têm escutado.

     Eu provavelmente também não teria começado a gostar tanto de BTS se não tivesse começado a consumir TV coreana, que me fez ganhar simpatia pela cultura pop do país, e pela língua. Mas o ponto de virada definitivo foi o dia em que, falando dos meus doramas [novelas coreanas] no Twitter, um pastor do Rio de Janeiro compartilhou comigo sua surpresa ao descobrir, em favelas, que a febre entre os adolescentes era o k-pop. Eu tinha uma vaga noção de que o BTS já havia discursado na ONU, e subido ao palco dos Grammy Awards, mas saber que um grupo cantando em língua coreana conseguia entrar em um dos locais e corações mais socialmente vulneráveis do país despertou minha curiosidade.

     Uma coisa que eu sempre considerei maravilhosa sobre a internet é a possibilidade de que assuntos sejam discutidos ativamente diante dos nossos olhos sem que nós sequer precisemos conhecer aquilo de que se está sendo falado. Admito que meu distanciamento era metade desinteresse, metade um desprezo quase elitista (uma reprodução do mesmo desprezo que outras pessoas demonstraram por mim quando relatei que havia gostado deles). Até então, eu sequer havia me dado ao trabalho de reparar os sinais de que aquilo era muito maior do que eu dava crédito. Jogar “BTS” no Google foi o primeiro passo pra um mundo de número absurdos, feitos extraordinários, e um exército de fãs que é potencialmente a força construtiva/destrutiva mais poderosa do planeta, centralizados em torno de 7 rapazes de aproximadamente 1,75-1,80 metros de altura, cada, juntamente com sua agência e produtores, a Big Hit Entertainment.

     BTS foi a forma reduzida que os fãs internacionais encontraram pra se referir ao Bangtan Sonyeondan, ou Bangtan Boys“Garotos à Prova de Balas”, formados a partir 2010 e lançados em 2013. Neste artigo de Setembro de 2018 para o Vox, Aja Romano descreve bem o processo que os transformou num fenômeno global. O grupo certamente não teria se tornado o que se tornou sem seu poderosíssimo fandom, o ARMY. Existe espaço para discutir muito aqui sobre os limites da idolatria, e a cultura tóxica do fã, mas eu queria me concentrar mais no fato de que, antes de tudo, este exército de fãs assumiu a postura de trabalhar agressiva & eficientemente para promover os garotos devido ao fortíssimo senso de empatia que eles são capazes de gerar.

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BTS no Grammy 2019. Da esquerda para a direita: V/Kim Tae-hyung (1995), Jungkook/Jeon Jeong-guk (1997), Jin/Kim Seok-jin (1992), RM/Kim Nam-jun (atrás, 1994), J-Hope/Jeong Ho-seok (abaixado, 1994), Jimin/Park Ji-min (1995) e Suga/Min Yun-ki (1993). Fonte: Getty Images [romanização revisada]

     A proposta de seu produtor Bang Si-hyuk era de criar um grupo que se conectasse com o coração do público e fosse capaz de quebrar os paradigmas de perfeição e divindade que fazem parte da imagem dos idols coreanos. Quase que uma sacada messiânica do mercado, em que você tira deus do céu e o coloca caminhando sobre a face da terra – ele queria um grupo de working class heroes (ou youth class heroes), que oferecessem um ombro e te dissessem, com suas músicas, que entendem suas dores, seus sofrimentos, porque fazem parte deles também [não é meu objetivo falar sobre a indústria do kpop como um todo neste texto, mas vou deixar links recomendando outras leituras, no final]. O primeiro desafio foi juntar um grupo de rapazes talentosos que pudessem contar histórias e representar sua geração. O segundo desafio, claro, foi provar que isso era real.

     Suas músicas contam histórias sobre a realidade e os sentimentos dos jovens, em um nível local (na Coreia do Sul), mas com um apelo global. Fazem críticas sociais incisivas, falam de bullying, sonhos, ambições, amor-próprio, família, amizade, medo e esperança, e refletem sobre a constante luta de entender quem somos, e qual nosso lugar no mundo. Seus clipes e storytelling fazem referências à psicologia Junguiana, Hermann Hesse, iconografia greco-romana, e seus álbuns são organizados em ciclos, com histórias em uma linha do tempo paralela. Pra completar, cada um dos três rappers do grupo lançou mixtapes próprias (RM, J-Hope e Suga, sob o nome Agust D), buscando se expressar individualmente como artistas.

     Quando eu caí no limbo das suas entrevistas no YouTube, e dos muitos episódios de Run! BTS (na plataforma VLive), fui tomada por um sentimento generalizado de que deveria ter alguma coisa errada com as coisas que eu estava assistindo, porque eles comunicavam muita verdade (e eu naturalmente desconfio da toda e qualquer verdade na indústria pop). Mesmo tendo ciência das estratégias da indústria pop pra manipular a realidade, e oferecer uma alternativa maquiada e financeiramente conveniente, a impressão que eu tinha era de que, a despeito disso tudo, havia algo de honesto que permeava o que os rapazes fazem e são. Não é muito difícil saber que existem muitas pessoas interessadas em lapidar a imagem pública deste grupo para que ganhe os corações de seus fãs de forma sem precedentes. Por isso, se faz necessário voltar ao início de todas as coisas – porque, para além de ser uma iniciativa de uma pequena agência, e de um produtor renegado, o BTS se organizou a partir do seu líder, Kim Nam-jun – o RM – , um rapper talentoso e jovem brilhante, e certamente o principal responsável por cultivar entre os 7 rapazes os valores e o senso de responsabilidade que os torna um grupo tão singular. Nos bastidores da indústria musical, eles são reconhecidos por serem gentis, atenciosos e humildes, a despeito do quão grandes se tornaram.

     A grande tragédia do clichê é que nunca deixa de ser verdade – com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. Talvez tenha sido a atitude de ousadia perante a tarefa de influenciar, misturada com uma humildade diante da proporção que a mensagem tomou, que me fez entrar pro grupo das pessoas que torcem muito pelo sucesso genuíno de tudo que os Bangtan Boys fazem. Eu poderia argumentar que estou muito velha pra vestir camisetas ou acampar nas filas dos shows, mas isso nunca foi muito minha praia; a questão é que eu cresci me reconhecendo como artista, e minha coisa favorita do mundo, ao longo dos meus 24 anos, tem sido descobrir os corações por trás daquilo que eu admiro. Nem sempre as descobertas são positivas, mas, neste caso, foi uma feliz surpresa, mesmo pra mim, que sempre acreditei que Deus poderia agir de formas imprevisíveis. Escutar coisas que eles têm a dizer sobre como se enxergam como pessoas no mundo foi um alento em dias em que eu não queria escutar mais ninguém.

     Apesar da intensa desconstrução do elitismo intelectual e cultural que eu já havia experimentado até então, uma parte de mim ainda tratava os fenômenos mais populares de cada tempo como aquilo de menos digno que a cultura de uma época tinha para oferecer – talvez uma consequência dos anos em que consumi Crepúsculo, e me arrependi? É certo pra mim também que eu fugia de certos fenômenos por conta do estigma de ser vista como mais uma dessas garotas “vazias” que gostam de gritar por qualquer coisa que tenha garotos bonitos, mas, ao mesmo tempo, quando eu descobri o tesouro escondido em BTS, eu quis muito contar pro mundo que eles estavam errados. Claro, nós todos temos todo esse direito de não nos interessar por certas coisas, e de desistir de outras, e talvez eu só esteja ainda sob o impacto de ter saído da minha zona de conforto e ter encontrado algo de valor.

     E, claro, existem muitas coisas que precisam ser pontuadas em afirmações tão emotivas quanto as que eu acabei de fazer. Transformar mensagens importantes em um produto é um dos grandes dilemas da indústria dos nossos tempos, e o quão genuíno é converter valores importantes em estratégias de mercado. No fim das contas, esses rapazes ainda viram objetos nas mãos de companhias, são embranquecidos nos seus vídeos e fotos promocionais, lançam canções com títulos convenientemente ligados ao marketing de grandes grifes, fazem lip sync, e caem em contradição. Eu talvez precise confessar que nem sempre gosto de todas as músicas deles, e que existem muitos grupos que eu considero musicalmente melhores, passando até mensagens melhores (já ouviu falar de SWMRS?), mas o processo de descobrir BTS foi o processo de descobrir um reflexo meu em algo que eu sequer sabia que poderia me refletir. Encontrar algo precioso pra mim naquilo que eu considerava menos importante.

     Acho que me toquei da relevância do que eles fazem em um dia particularmente ruim, em que eu fui pra academia pra tentar fugir de mim mesma, correndo na esteira. Não escutei BTS, mas escutei Welcome to the Black Parade [2006], do My Chemical Romance. Já perdi as contas dos anos e momentos em que essa música me acompanhou, e, naquele dia, mais uma vez, ela gerou em mim o sentimento do qual eu precisava para fazer as pazes comigo mesma – “on and on we carry through the fears […] do or die, you’ll never break me, because the world will never take my heart”. Por coincidência, hoje é aniversário do Gerard Way, frontman da banda e cantor desta canção; toda vez que escuto suas músicas, sou tomada por uma sensação de que os sons que eles produziram vão continuar ecoando em mim por muito tempo. As turnês passam, as camisetas desbotam, os CDs se quebram, o dinheiro gasto vai embora, e a maioria das memórias também – aliás, coisas como perder um show importam cada vez menos conforme os anos passam, e manter isso em mente vai te ensinando a ser um consumidor mais consciente. O tempo ensina que a verdadeira grande estrutura é o que se pode construir no coração, e que os palcos, arenas e estádios são muito pequenos perto disso.

     O que você , escuta, assiste, consome, te constrói, e eu na verdade ainda teria (tenho) muitas outras coisas pra falar sobre isso. Eu deveria mencionar que, desde que incluí k-pop nas minhas manhãs, meu humor melhorou exponencialmente, e assistir entrevistas e doramas me fez começar a apreciar minhas bochechas de uma forma que meus ícones ocidentais bichectomizados nunca foram capazes. Também, que a coisa mais importante que eu fiz em 2018, além de me formar, foi contar pro Mark Foster como Deus havia me dado uma das músicas do Foster the People de presente. Eu te garanto que, se eu tivesse filhos agora, eles estariam escutando BTS comigo, dançando cedo enquanto lavo a louça, faço minha corrida, ou aspiro meu quarto. Aprendendo a pronunciar fonemas coreanos pra cantar sobre amizades e amores doces, ou pra apreciar o próprio sotaque (algo que também aprendi com BTS), ou conhecendo a cultura de honra que existe na Coreia. Enfim. Em três dias, eles lançam música nova, que pode ser horrível, ou excelente, e logo depois vem os anos, e o momento deles passa, como muitos outros passaram. Eu torço muito para que todos eles tenham futuros felizes; que colham bons frutos do que plantaram, mesmo nos lugares em que os olhos não alcançam. E que continuem crescendo e descobrindo as coisas ainda maiores, e melhores, e mais importantes, que a vida tem a oferecer.

     E, claro, levantando o comentário específico com aquilo que eu acredito que seja a coisa mais preciosa do Universo, o Evangelho de Cristo Jesus; fico às vezes pensando na vida como um grande jardim de flores cheias de pólen, e insetos que voam pra todos os lados. Nós podemos argumentar que mensagens “positivas” que não possuem o Evangelho não tem valor – já que qualquer bem do qual o ser humano seja capaz ainda assim é insuficiente pra salvar sua alma – , mas eu nunca seria capaz de desprezar uma mensagem, porque nunca seria capaz de prever os caminhos misteriosos que as palavras fazem pela mente e pelo coração das pessoas. Em algum lugar dessa rocha gigante em que nós vivemos, 1 entre quase 8 bilhões de pessoas pode estar sendo alcançada por uma voz inesperada, e gerando algo que vai mudar sua vida pra sempre. Só isso não faz tudo valer a pena? Eu sempre penso que sim.

@luisadoamaral no Twitter [e no Instagram].

[imagem de capa: LOVE_YOURSELF 轉 ‘Tear’ concept photo]

Outras leituras [em inglês]:

4 Comments

  1. Monni's avatar

    Eu sempre me pergunto se Deus quem colocou elesna minha vida. Porque eles me ensinaram fizeram a maravilhosas que ninguém mais ensinou. Eles foram minha família quando minha família desprezou. Me fizeram amadurecer e ter mente mais aberta, fizeram em mim, renascer uma garota alegre, expontanea e doida que eu não conhecia. Eles me ajudam coma depressão quando todos viraram as costas para mim. Eles me ajudaram a ter amor próprio. E eles fizeram tudo isso com músicas, e com atitudes, mesmo do outro lado do mundo. É claro que sou cristã, e faço de tudo para seguir a Deus e ser uma boa pessoa, tento ao máximo não idolatra-los porque afinal ninguém é perfeito, eles podem errar, podem fazer uma grande besteira. Eu as vezes me pergunto se eles são honestos, se não estão me fazendo cair em uma grande e terrível armadilha, pois as pessoas já me machucaram muito e tenho medo de confiar. Mas dá pra ver que eles são pessoas maravilhosas como mostram ser, que apoiam causas maravilhosas e quebram o preconceito do mundo enquanto ajudam pessoas que estão em seus quartos depressivas. Então eu me pergunto, valhe a pena? Não é errado eu gostar deles? Escutar eles? A pastores que dizem que devemos escutar somente louvores e só. Muitas coisas que os pastores falaram já me machucaram muito e já me afastaram de Deus. E no fim, eu percebi que preciso ter MINHA própria opinião formada sobre as coisas, sendo mente aberta e ouvindo as opiniões de outras pessoas, mas não mudando minha essência por ninguém. Algumas coisas eu entendo que devemos ser seguidas, e outras acho absurdas. Afinal, alguns pastores fazem Deus parecer alguém de mente fechada, o que não é verdade. Talvez BTS tenha me feito voltar para Deus também… É tudo muito complicado. Estou em uma fase que não sei mais no que ou quem acreditar, em quem confiar.

  2. Vitória Queiroz's avatar

    nossa!! eu amei tua postagem e foi de uma enorme identificação
    que pessoa linda, cê é!!
    BTS S2

    Que você seja tudo aquilo que pode ser no Senhor.

  3. Giovana Pereira's avatar

    Luisa, parece bobo, mas eu glorifico a Deus pela sua vida! Há muitos sentimentos e emoções me tomando nesse momento, mas acredito que de maneira moderada eu conseguirei canalizá-los para o que de fato é importante: a obra de Deus a ser realizada em cada uma de nossas vidas. Eu não sei bem o que Ele está fazendo em mim porque a obra está incompleta, no entanto, a promessa de que Ele a concluirá me dá esperanças em todo novo dia.
    É muito estranho dizer isso, mas sim, eu sou uma army – apesar de isso não me definir suficientemente como dizer que eu sou cristã. No entanto, é uma identificação que eu entendi que poderá criar muitas pontes entre as pessoas, principalmente com o fenômeno global que o BTS se tornou. Além disso, tive experiências interessantíssimas com o encontro de outras armys que me abriram portas, justamente pela empatia que é presente nos fãs de kpop – e de toda tendência intelectualmente menosprezada – nos meus locais de atuação, como a escola (eu curso licenciatura em Filosofia e, no momento, estagio em duas escolas). Talvez o fato de estudar Filosofia também tenha me ajudado na aproximação com a mensagem deles, mas isso não muda o fato de que eles são um diferencial no âmbito das produções artísticas atuais. Eu sou extremamente interessada em artes e foi principalmente por meio dela que eu virei army. Eu danço, e a dança deles me despertou para o todo artístico. Fico boba de tanta empolgação ao conversar com meus amigos sobre o BU (Bangtan Universe) e as sacadas geniais e referências que provavelmente ultrapassem toda a gama de referenciais que a Marvel, por exemplo, trata.
    Em tempos de futilidades e superficialidade nas redes sociais, ver pessoas de 12, 14, 15, 18 anos refletindo sobre questões tão importantes – por mais que às vezes clichês – que o BTS e a BigHit transmitem em sua mensagem me dá esperança. Acho que um dos “hype” deles, que eu até ia comentar no tweet que me trouxe a esse texto, é o fato deles abordarem questões profundas do pensamento, conhecimento e relacionamento humano de um jeito mais do que acessivo atualmente: a música pop. E eles o fazem não de qualquer jeito, mas ultrapassam o âmbito da música e perpassam as pinturas, esculturas, a literatura e a estética.
    Eu fui totalmente fisgada no lançamento de LY: Tear que, para mim, é uma das produções mais ricas deles. A música “Fake Love” foi a que Deus usou – porque eu acredito que sim, eu não fui alcançada pela arte deles de qualquer maneira – para falar profundamente ao meu coração, até mesmo me levou a refletir sobre a minha própria relação com a música/arte do BTS. Foi nesse momento que eu entendi um pouco do que Deus era capaz de fazer em mim nessa área. Não podemos, como você assinalou, deixar de pensar sobre a questão da idolatria – o que foi/está sendo tratado em mim justamente com a música – mas isso tem encaminhado o meu gosto pela música para aquilo que eu faço no Reino.
    Parte da obra que Deus tem realizado em mim e que eu citei no início dizem respeito àquilo que eu faço com os meus gostos e preferências, ou como eu gosto de dizer, aos meus afetos. Entendo que Deus me exige de maneira integral, inclusive com todas essas áreas. Me resta saber o que devo renunciar, o que devo reter e o que devo desenvolver. Resumidamente – ou nem tanto – ao fazer Filosofia, penso em como posso exercê-la no Reino. Ao consumir e ser atuante nas redes sociais, penso em como posso o fazer carregando e enfatizando a bandeira do Reino de Deus. Ao ouvir/consumir arte, penso em como posso o fazer para também glorificar a Deus. Enfim!
    Eu estou muito empolgada para estudar mais sobre isso e até, quem sabe, usá-los em minha monografia na faculdade – que tá chegando por sinal. Eu fiquei muito feliz e representada com o seu texto. Minha vontade é de compartilhá-lo com todos os meus amigos! Risos. Querendo entrar em contato para conversarmos, seria muito legal. Eu só tenho uma amiga cristã que é army também e que pensa, reflete e debate sobre o que o BTS têm feito e a repercussão disso na sociedade. E ela também não é nova, tem 25 anos (eu tenho 21). E me perdoa o texto enorme! Acredito que me entenda na dificuldade de oportunidades que se possa falar dessa maneira sobre esse determinado assunto. Te seguirei lá no twitter e quem sabe, a gente se esbarre por essas redes.
    Que Deus te abençoe!

    Um bjo, Giovana Pereira
    (@giovanasgp_ no twitter e @giovanasgp no instagram).

  4. Gabriela Alves's avatar

    Luisa, muito obrigada por esse post! Eu me encontrei nessas últimas semanas em um profundo dilema comigo mesma. Conheci o BTS e me encantei profundamente pelas músicas e por essa forma genuína que eles tem ao se comunicarem com os fãs e entre si. Mas também me questionei sobre a minha idade, sobre o desprezo quase automático que damos para as “modinhas”, ainda mais sendo uma consumidora ativa do indie pop e rock. Mas é isso! Há vozes trazendo verdades, há modos diferentes de nos identificarmos, e em coisas até surpreendentes. Já li seu post 3 vezes pra absorver tudo hehe e queria dizer que as minhas manhãs também melhoraram exponencialmente depois deles, até a minha crônica luta contra a ansiedade. Um beijo, que Jesus te abençoe cada vez mais ❤

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